25 April 2010

Nonada, agora explicado*

O termo "nonada", que abre Grande Sertão e é de extrema importância

para a significação do romance, virou, na tradução inglesa, apenas

 "nothing". Curt Meyer- Clason, o famoso tradutor da edição alemã,

considerava intraduzível esse termo, um dos

“oito mil neologismos do Rosa”  e o transformou em uma frase principal,

com quatro palavras de uma sílaba cada uma, para tentar manter

o impacto: "Hat nichts auf sich." Ou seja "nonada" é o que não importa,

o que, literalmente, nada tem em si. Essa interpretação parece correta,

exceto pelo fato de que o termo "nonada" não é um neologismo,

mas um arcaísmo revisitado, como quase tudo na obra de Guimarães Rosa.

Eu escolho usar “no-nada” com hífen, enfatizando assim a multiplicidade

de significados dessa expressão. “No-nada” pode tanto querer dizer

“não é nada”, como “estar aí no nada”, ou ainda, simplesmente: “é nada”.

O que é então existir “no-nada” brasileiramente? Para responder

a essa pergunta será preciso primeiro reconquistar o sentido

da noção filosófica de “niilismo europeu”. - * explicado por Charles Feitosa
 
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