01 April 2012

Progressing Towards Vegetarianism

Por sugestão duma amiga, ontem comecei a assistir o documentário Life in a Day até chegar à cena em que matam uma vaca. Indignei-me. Fechei o netflix imediatamente. Voltei a sentar-me no sofá sem acreditar no que acabara de ver. E de repente, como há muito não acontecia, as lágrimas lavaram o meu rosto. Chorei até aos soluços. Depois tive náusea, e como a Ana, de Clarice Lispector, que vê um cego mascando chicletes, o chão parecia que me saíra dos pés.

É, o lado ético do vegetarianismo está a manifestar-se.

Lembrei-me que quando criança tinha visto matarem (brutalmente) uma galinha. Já em terna idade a amargura de se viver no mundo me atropelou fragilizando o meu espírito, criando a descrença no ser (humano). Desde então não quis comer frango. Mas como era ainda novinha, e com a insistência constante dos mais velhos, comia de vez quando. Por muito tempo, esqueci-me da galinha cujo pescoço fora cortado de uma vez enquanto o resto do corpo estremecia no chão. Mundo triste! Tenho tanta pena que até escrever torna-se um ato doloroso pois que há de invocar memórias.

Para outro dia quando me recuperar da visão daquela imagem da vaca sendo sacrificada, talvez eu consiga escrever com mais "reasoning".