26 August 2010

bêbado como gambá

"A expressão bêbado como gambá (muito bêbado) surgiu porque o bicho adora uma pinga. Para se pegar um gambá são necessários uma vasilha, um pouco de aguardente e um pregador de roupas. A aguardente na vasilha é a isca para a vítima; o pregador põe-se no nariz para recolher o ébrio. Até hoje não foi registrada a presença de nenhum gambá numa reunião dos Alcoólicos Anônimos". - do livro A Casa da Mãe Joana de Reinaldo Pimenta.

A orelha da capa comenta: "um livro sério, surpreendente e divertidíssimo". Julgue por si. Há, todavia, muitas outras expressões cotidianos e já viradas clichés no português brasileiro que são bem explicados nesse A Casa da Mãe Joana. Por exemplo, por que é que dizemos que tal sujeito é cheio de nove horas?

"A história consagragou as nove horas (da noite) como a hora em que as pessoas deviam se recolher. Era a hora de interromper uma visita, um jogo ou qualquer diversão e ir para casa. O Brasil adotou esse costume, documentado em diversos textos, inclusive num poeminha popular do século XIX:  Nove hora! Nove hora!/ Quem é de dentro, dentro,/ Quem é de fora, fora! Nessa época, o regulamento do serviço policial do Rio de Janeiro e de outras cidades brasileiras tinha um dispositivo advertindo que, depois das nove horas, 'ninguém será isento de ser apalpado e revisado'. E foi nesse mesmo século que surgiu a adjetivação cheio de nove horas para o sujeitinho cheio de regras, de censuras e de limites às alegrias alheias".

Vale a pena a leitura. Gostou? Dessa última gostei sim.